Saudações Amigas(Os)!!!
Há grande interesse nas conexões fisiológicas das experiências místicas porque a espiritualidade melhora a saúde independentemente da religião. É por isso que pesquisadores pedem que os médicos explorem a espiritualidade dos pacientes nos tratamentos.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]
Experiências espirituais
Ao longo dos milênios, pessoas têm relatado ter experiências religiosas profundas, espontaneamente ou sob a influência de substâncias psicodélicas, como cogumelos contendo psilocibina ou a bebida amazônica ayahuasca.
Uma parte dessas experiências tem sido encontros com o que a pessoa considera como "Deus" ou "realidade última".
Em uma pesquisa com milhares de voluntários que relataram ter tido essas experiências espirituais, médicos e psicólogos da Universidade Johns Hopkins (EUA) constataram que mais de dois terços dos que se autointitulavam como ateus abandonaram este rótulo após o episódio, independentemente de a experiência ter sido espontânea ou induzida por uma droga psicodélica.
Além disso, a maioria dos entrevistados relatou mudanças positivas duradouras em sua saúde psicológica - por exemplo, maior satisfação com a vida, propósito e significado - mesmo décadas após a experiência.
Estes resultados são novas evidências de que essas experiências profundamente significativas podem ter propriedades curativas, dizem os pesquisadores. E o projeto do estudo, acrescentam eles, é o primeiro a comparar sistemática e rigorosamente os relatos de experiências espontâneas de "encontro com Deus" em relação àquelas ocasionadas ou catalisadas por substâncias psicodélicas.
"Experiências que as pessoas descrevem como encontros com Deus ou um representante de Deus têm sido relatadas por milhares de anos, e elas provavelmente formam a base de muitas das religiões do mundo," disse o professor Roland Griffiths. "E, embora a medicina ocidental moderna não considere tipicamente experiências 'espirituais' ou 'religiosas' como uma das ferramentas do arsenal contra as doenças, nossas descobertas sugerem que esses encontros muitas vezes levam a melhorias na saúde mental".
Experiências espirituais trazem benefícios duradouros - inclusive para os ateus
Hoje já é amplamente aceito um novo campo de pesquisas, conhecido como Ciência da Meditação.
[Imagem: Mike Cohea/Brown University]
Significante e importante
Os entrevistados que disseram ter tido uma experiência de encontro com o divino enquanto estavam sob efeito de uma substância psicodélica relataram que essas experiências aconteceram aos 25 anos de idade, em média, enquanto aqueles cuja experiência foi espontânea relataram tê-la tido com uma idade média de 35 anos.
Foram coletados dados de 4.285 pessoas em todo o mundo que responderam a anúncios on-line para completar um de dois questionários sobre experiências de encontros com Deus - 809 responderam o questionário sem drogas, enquanto 3.476 responderam à pesquisa psicodélica.
Entre as descobertas mais importantes do estudo estão:
1.
Cerca de 75% dos entrevistados em ambos os grupos - espontâneos e psicodélicos - classificaram sua experiência de "encontro com Deus" como uma das mais significantes e espiritualmente importantes em sua vida, e ambos os grupos atribuíram a ela mudanças positivas na satisfação, propósito e significado da vida.
2.
Independentemente do uso de psicodélicos, mais de dois terços dos que disseram ser ateus antes da experiência não mais se identificavam assim depois da experiência.
3.
A maioria dos participantes, em ambos os grupos, relatou memórias vívidas da experiência do encontro, que frequentemente envolviam comunicação com alguma entidade tendo os atributos de consciência (aproximadamente 70%), benevolência (aproximadamente 75%), inteligência (aproximadamente 80%), sacralidade (aproximadamente 75%) e existência eterna (aproximadamente 70%).
4.
Embora ambos os grupos tenham relatado uma redução no medo da morte, 70% dos participantes do grupo de psicodélicos relataram essa mudança, em comparação com 57% entre os que não usaram drogas para estimular a experiência.
5.
Em ambos os grupos, cerca de 15% dos entrevistados disseram que sua experiência foi a mais psicologicamente desafiadora de suas vidas.
6.
No grupo que não usou drogas, os participantes foram mais propensos a escolher "Deus" ou "um emissário de Deus" (59%) como o melhor descritor de seu encontro, enquanto o grupo psicodélico optou mais (55%) por "realidade última".
"Continuar a explorar essas experiências pode fornecer novos insights sobre as crenças religiosas e espirituais que têm sido parte integrante da formação da cultura humana desde tempos imemoriais," concluiu o professor Griffiths.
Fonte:Redação do Diário da Saúde 24/05/2019
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